11 de outubro de 2015

Os mais recentes 6 dias de viagem duraram cerca de 300km, de Jackson a Evenston. 
Entre as duas cidades, respirámos a rusticidade que por aqui se impõe.



As pequenas e escassas povoações apoiaram o desenrolar comprido dos nossos dias.
No seu intervalo, apareceram os terrenos de muitos hectares, as enormes manadas de vacas, os cavalos e, pontualmente, as ovelhas. Ah, e as montanhas também.



Estes terrenos são infindáveis. 
Sem nunca imaginar que um dia pudéssemos contemplar territórios tão grandes, tentamos enquadrar o que admiramos em novas formas de expressar o que sentimos.

- "Acreditavas se alguém te dissesse que para lá daquelas montanhas há planícies a perder de vista?!
- Acreditava! Mas a sensação de que nos perdemos ao percorrê-las só a posso conhecer aqui."




Esta viagem está repleta de olhares iniciais e primeiras sensações. Estreamo-nos constantemente em caminhos e paisagens...

Aqui, para onde quer que o nosso olhar se dirija, o cenário desértico estende-se até ao infinito. Tornamo-nos imperativamente parte dele. Desta terra e deste chão. 
Somos os índios e os colonos. 
Somos a paz e a guerra. 
Somos o cheiro e o vento que o traz...
Somos tudo aquilo que no nosso coração desarruma ao tentar encontrar conforto em novos significados.

E, como se a pele não fosse fronteira, somos tudo o que nos rodeia. Um só, sem limites!



Num dos dias, sem lugares para acampar, e com todos os terrenos vedados, pedimos a um senhor que nos deixasse montar a tenda num cantinho da sua propriedade para passar a noite que se apressava a chegar.

Sem nos conhecer de lado algum, Ladd abriu-nos as portas de casa e convidou-nos para nos sentarmos à mesa. Alimentou-nos como se fôssemos família e proporcionou-nos um dos momentos mais doces da viagem.



Enquanto jantávamos, o filho ligou-lhe e ele contou-lhe entusiasmado que nos tinha por companhia. Do outro lado, talvez lhe fosse dito para se acautelar e não receber desconhecidos assim em sua casa.
Ele respondeu apenas:
-"I'm still a good judge of characters and they seem really nice kids."

Sentimo-nos acolhidos e tivemos oportunidade de partilhar boas conversas com o nosso anfitrião. Na manhã seguinte, despedidas feitas, voltámos ao caminho.

Pelas planícies rodeadas de montanhas, prosseguimos até Cokeville. De novo sem parques de campismo. Deixaram-nos ficar nas traseiras de umas bombas de gasolina e não fosse a rega automática disparar a meio da noite e o rugir dos motores dos camiões que chegavam e partiam a toda a hora, teria sido uma noite sossegada. Mesmo assim conseguimos descansar e acordar na disposição de continuar a desbravar campos e pastos até Randolph.

Por fim, pedalámos para entrar em Evanston, a pequena cidade que interrompeu a ruralidade do caminho. 

Parámos, descansámos, passeámos e pusemo-nos a planear os próximos dias.













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